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Vídeo mostra a última canoada antes do barramento do Rio Xingu por Belo Monte

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Filme mostra experiência de 50 participantes, além de canoeiros indígenas e ribeirinhos, que percorreram 112 quilômetros de um dos trechos mais bonitos do Xingu e que será gravemente impactado pelo funcionamento da hidrelétrica de Belo Monte. Confira álbum de fotos no fim da reportagem
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De 07 a 10/9, a Associação Indígena Yudjá Miratu da Volta Grande do Xingu (Aymix) e o ISA realizaram a segunda edição da Canoada Bye Bye Xingu (veja aqui reportagem e vídeo da 1ª edição). O vídeo dessa segunda edição da canoada foi produzido pelo Greenpeace, que também integrou o grupo de participantes da jornada, e traz belas imagens aéreas e depoimentos (veja abaixo).

A expedição percorreu 112 quilômetros na Volta Grande do Xingu, no Pará, pela última vez antes do barramento do rio. Grande parte do percurso está no que, agora, é considerado o Trecho de Vazão Reduzida (TVR), região que terá vazão de água até 80% menor em decorrência do desvio do curso do rio para a operação da hidrelétrica de Belo Monte (veja mapa abaixo).

As irregularidades da construção de Belo Monte vêm sendo denunciadas em diversas frentes. Há, hoje, 24 Ações Civis Públicas do Ministério Público Federal tramitando no Judiciário contra a obra. Em junho de 2015, o ISA lançou o "Dossiê Belo Monte: Não há condições para a Licença de Operação".

Apesar disso e do descumprimento de diversas condicionantes socioambientais, em 24/11 a Licença de Operação foi concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), a despeito (saiba mais). Desde essa data, o rio está barrado e o lago do reservatório principal começou a ser preenchido.

A rota da canoada partiu de Altamira, passando pelo sistema de transposição de embarcações na barragem principal, onde fica a casa de força secundária da usina, além da Ilha da Fazenda e Terra Indígena Paquiçamba, território do povo Juruna, chegando até a região da Cachoeira do Jeriquá, um dos mais belos trechos da Volta Grande, formado por cachoeiras, pedrais, bancos de areia e ilhas.

A viagem foi feita por 50 participantes, entre pesquisadores de universidades brasileiras e internacionais, jornalistas, ativistas e empresários de diferentes regiões do Brasil. Eles foram acompanhados por canoeiros indígenas e ribeirinhos (veja galeria de fotos no fim desta notícia).

Durante quatro dias, puderam experimentar e se despedir de um local do Xingu que já está sob forte impacto e que terá mudanças drásticas com a operação da usina. A viagem permitiu aos participantes conhecer a realidade das populações locais e conviver com elas, ouvindo as histórias e as percepções sobre os impactos presentes e futuros da hidrelétrica.

"A canoada é um momento muito importante para que pessoas de diferentes lugares possam compreender qual é a realidade da região da Volta Grande, o que vai mudar e como o fechamento da barragem de Belo Monte vai afetar as comunidades”, comenta Adriana Ramos, coordenadora do Programa de Política de Direito Socioambiental do ISA. “É fundamental que hoje a gente reconheça a realidade da região e procure trabalhar para garantir as melhores condições de vida para essas comunidades”, completa.

Carolina Reis e Marcelo Salazar
ISA
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